Você já ouviu falar em aporofobia? Esse termo, que vem do grego á-poros (pobres) e fobos (medo), significa a aversão, o medo, o desprezo ou a rejeição aos pobres, à pobreza ou às pessoas em situação de vulnerabilidade social. A palavra foi criada pela filósofa espanhola Adela Cortina nos anos 1990 e tem ganhado destaque no debate público nos últimos anos.
A aporofobia é um tipo de preconceito que se manifesta de diversas formas na sociedade, desde atitudes individuais até políticas públicas e intervenções urbanas. Ela revela uma falta de empatia, de solidariedade e de respeito pelos direitos humanos das pessoas que sofrem com a exclusão social.
A aporofobia pode trazer consequências graves para a sociedade, como o aumento da desigualdade social, da violência, da fome, da miséria e da corrupção. Além disso, ela pode afetar a saúde física e mental das pessoas que são vítimas ou testemunhas dessa discriminação.
Mas há uma esperança: a aporofobia tem cura. E a cura é simples: basta ter amor ao próximo e agir para transformar a realidade. Neste artigo, vamos explicar melhor o que é aporofobia, como ela se manifesta na sociedade e o que podemos fazer para combatê-la.
Exemplos de aporofobia na sociedade
A aporofobia se manifesta de diversas formas na sociedade, sendo a arquitetura da cidade um exemplo concreto. Muitas vezes, vemos construções que visam impedir ou dificultar a permanência, a passagem ou o descanso de pessoas em situação de rua nos espaços públicos.
São exemplos de arquitetura hostil ou antipobre: pedras pontiagudas, cacos de vidro, grades, espetos de ferro, bancos com divisórias ou inclinados, vasos de plantas, cactos e outros itens que criam barreiras físicas ou psicológicas para afastar essa população.
Essas intervenções são denunciadas pelo padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo. Em suas redes sociais, ele mostra casos de arquitetura hostil em condomínios residenciais, prédios comerciais, restaurantes, bares e até igrejas.
Outro exemplo de aporofobia na sociedade é a proibição ou desestímulo à doação de esmolas para pessoas em vulnerabilidade. Em algumas cidades do Brasil, há leis ou campanhas que tentam impedir ou desencorajar essa prática. O argumento é que as esmolas não dão dignidade às pessoas e incentivam a mendicância.
No entanto, essa medida ignora as causas estruturais da pobreza e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas em situação de rua para acessar os serviços públicos. Além disso, ela viola o direito à liberdade de expressão e à solidariedade das pessoas que querem ajudar.
Um terceiro exemplo de aporofobia na sociedade é a realização de barreiras humanitárias para conter a migração de usuários de drogas da cracolândia para outras cidades. Essa medida foi adotada pelo prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), que anunciou a instalação de tendas nas rodovias e no terminal rodoviário para identificar e encaminhar os dependentes químicos.
Essa medida foi criticada pelo padre Júlio Lancellotti como uma forma de aporofobia. Segundo a violação dos direitos humanos e a criminalização dos pobres. Ele defendeu que as pessoas em situação de rua devem ser tratadas com dignidade e respeito, e não como um problema a ser eliminado.
Esses são apenas alguns exemplos de aporofobia na sociedade. Há muitos outros casos que podem ser observados no cotidiano, como a violência policial, a falta de políticas públicas, a invisibilidade midiática, o preconceito no mercado de trabalho e a discriminação no acesso à educação, à saúde e à cultura.
Como combater a aporofobia na sociedade
A aporofobia é um problema social que precisa ser enfrentado por todos. Não basta apenas reconhecer o que é aporofobia e como ela se manifesta na sociedade. É preciso também agir para combatê-la e transformar a realidade.
Existem várias formas de combater a aporofobia na sociedade, desde atitudes individuais até coletivas. Veja algumas dicas:
- Eduque-se sobre o tema: busque informações sobre o que é aporofobia, quais são as suas causas e consequências, e como ela afeta as pessoas e a sociedade. Leia livros, artigos, reportagens e depoimentos sobre o assunto. Conheça os dados e as estatísticas sobre a pobreza e a exclusão social no Brasil e no mundo.
- Sensibilize-se com o outro: procure se colocar no lugar das pessoas que sofrem com a aporofobia. Tente entender as suas histórias, os seus sentimentos, os seus sonhos e as suas necessidades. Reconheça que elas são seres humanos dignos de respeito e de direitos.
- Pratique a solidariedade: ajude as pessoas em situação de vulnerabilidade social de acordo com as suas possibilidades. Você pode doar dinheiro, alimentos, roupas, cobertores ou outros itens. Você também pode doar o seu tempo, o seu trabalho ou o seu conhecimento. Você pode participar de projetos sociais, de ONGs ou de movimentos populares que atuam na defesa dos direitos humanos.
- Denuncie a aporofobia: não se cale diante das situações de aporofobia que você presenciar ou sofrer. Denuncie as práticas de arquitetura hostil ou antipobre, as leis ou campanhas que proíbem ou desestimulam as esmolas, as barreiras humanitárias ou outras formas de discriminação ou violência contra os pobres. Você pode usar as redes sociais, os meios de comunicação ou os órgãos competentes para fazer a sua denúncia.
- Promova a inclusão social: contribua para a inclusão social das pessoas em situação de vulnerabilidade social. Você pode apoiar iniciativas que visam garantir o acesso à moradia, à alimentação, à saúde, à educação, à cultura e ao trabalho digno. Você também pode incentivar a participação cidadã e política dessas pessoas nos espaços públicos.
A aporofobia é um problema social que precisa ser enfrentado por todos. Ela revela uma falta de amor ao próximo e uma violação dos direitos humanos. Ela traz consequências graves para a sociedade, como o aumento da desigualdade social, da violência, da fome, da miséria e da corrupção.
Mas há uma esperança: a aporofobia tem cura. E a cura é simples: basta ter amor ao próximo e agir para transformar a realidade. Neste artigo, mostramos o que é aporofobia, como ela se manifesta na sociedade e o que podemos fazer para combatê-la.
Esperamos que este artigo tenha sido útil e informativo para você. Se você gostou, compartilhe com seus amigos e deixe seu comentário. E lembre-se: a melhor forma de combater a aporofobia é praticar a solidariedade.